Sinhá
Chico Buarque Lyrics


Jump to: Overall Meaning ↴  Line by Line Meaning ↴

Se a dona se banhou
Eu não estava lá
Por Deus Nosso Senhor
Eu não olhei Sinhá

Estava lá na roça
Sou de olhar ninguém
Não tenho mais cobiça
Nem enxergo bem

Para quê me pôr no tronco
Para quê me aleijar
Eu juro a vosmecê
Que nunca vi Sinhá

Por que me faz tão mal
Com olhos tão azuis
Me benzo com o sinal
Da santa cruz

Eu só cheguei no açude
Atrás da sabiá
Olhava o arvoredo
Eu não olhei Sinhá

Se a dona se despiu
Eu já andava além
Estava na moenda
Estava para Xerém

Por que talhar meu corpo
Eu não olhei Sinhá
Para que que vosmincê
Meus olhos vai furar

Eu choro em iorubá
Mas oro por Jesus
Para que que vassuncê
Me tira a luz

E assim vai se encerrar
O conto de um cantor
Com voz do pelourinho
E ares de senhor
Cantor atormentado

Herdeiro sarará
Do nome e do renome
De um feroz senhor de engenho




E das mandingas de um escravo
Que no engenho enfeitiçou Sinhá

Overall Meaning

The lyrics to Chico Buarque's song Sinhá tell the story of a slave who is being accused of looking at his master's wife while she bathed. The slave denies the accusations, saying that he was working in the fields and had no desire to look at Sinhá. He also remarks that his eyesight is not very good. The slave questions the severity of the punishment, which would be to put him on a rack and blind him with a hot iron. He speaks of his fear and struggling to understand why Sinhá seems to want to inflict pain on him. The song ends with the slave lamenting his fate and the legacy of slavery, with references to his own heritage and the dark history of his country.


Sinhá lyrically depicts the theme of power dynamics, with the slave unable to control his own fate and subjected to the whims of his master and mistress. The song also showcases the complexity of this relationship, with hints of sexual tension and possible jealousy. Additionally, the lyrics highlight the struggle to understand and come to terms with the legacy of slavery in Brazil and its impact on the present.


Line by Line Meaning

Se a dona se banhou
If the lady bathed


Eu não estava lá
I wasn't there


Por Deus Nosso Senhor
By our Lord God


Eu não olhei Sinhá
I didn't look, Madam


Estava lá na roça
I was in the fields


Sou de olhar ninguém
I don't look at anyone


Não tenho mais cobiça
I don't have any desires


Nem enxergo bem
Nor do I see well


Para quê me pôr no tronco
Why punish me on the trunk?


Para quê me aleijar
Why hurt me?


Eu juro a vosmecê
I swear to you


Que nunca vi Sinhá
That I never saw Madam


Por que me faz tão mal
Why do you hurt me so much?


Com olhos tão azuis
With such blue eyes


Me benzo com o sinal
I bless myself with the sign


Da santa cruz
Of the Holy Cross


Eu só cheguei no açude
I only got to the pond


Atrás da sabiá
Behind the sabiá bird


Olhava o arvoredo
I was looking at the trees


Eu não olhei Sinhá
I didn't look, Madam


Se a dona se despiu
If the lady undressed


Eu já andava além
I was already gone


Estava na moenda
I was at the mill


Estava para Xerém
I was heading to Xerém


Por que talhar meu corpo
Why carve my body


Eu não olhei Sinhá
I didn't look, Madam


Para que que vosmincê
Why must you


Meus olhos vai furar
Poke out my eyes


Eu choro em iorubá
I cry in Yoruba


Mas oro por Jesus
But I pray to Jesus


Para que que vassuncê
Why do you


Me tira a luz
Take away my light


E assim vai se encerrar
And so will end


O conto de um cantor
The tale of a singer


Com voz do pelourinho
With the voice of the pillory


E ares de senhor
And airs of a gentleman


Cantor atormentado
Tormented singer


Herdeiro sarará
Light-skinned heir


Do nome e do renome
Of name and fame


De um feroz senhor de engenho
Of a fierce sugar plantation owner


E das mandingas de um escravo
And the charms of a slave


Que no engenho enfeitiçou Sinhá
Who bewitched Madam on the plantation




Contributed by Camden P. Suggest a correction in the comments below.
To comment on or correct specific content, highlight it

Genre not found
Artist not found
Album not found
Song not found
Most interesting comment from YouTube:

Paula Priscila

Se a dona se banhou
Eu não estava lá
Por Deus, nosso Senhor
Eu não olhei, Sinhá
Estava lá na roça
Sou de olhar ninguém
Não tenho mais cobiça
Nem enxergo bem
Pra quê me por no tronco
Pra quê me aleijar
Eu juro a vosmecer que nunca vi Sinhá
Por que me faz tão mal
Com olhos tão azuis
Me benzo com o sinal da Santa Cruz
Iê, iê
Iê, iê re
Eu só cheguei no açude
Atrás da sabiá
Olhava o arvorero
Eu não olhei Sinhá
Se a dona se despiu
Eu já andava além
Estava na amoenda
Estava para Xerém
Por que talhar meu corpo
Eu não olhei Sinhá
Pra quê que vosmecer meus olhos vai furar
Eu choro em iorubá,
Mas oro por Jesus
Pra quê que vossumcê me tira a luz
E assim vai se encerrar
O canto de um cantor
Um voz no pelourinho
E ares de senhor
Cantor atormentado
Herdeiro sarará
Do nome do renome
De um feroz senhor de engenho
E das mandingas de um escravo
Que no engenho enfeitiçou
Sinhá
Iê iê
Iê iê re
(...)


Compositores: Chico Buarque / Joao Bosco De Freitas



All comments from YouTube:

Isleide Silva

Ele pega as tristezas da escravidão e transforma numa poesia divina, só Chico mesmo!

Nana Alvarenga Dos Santos

@JOSE ANTONIO ANDRADE ¹q

Pedro José

@JOSE ANTONIO ANDRADE , pelo que sabia fora Chico quem fizera a letra. Ele descobriu ser descendente de escrava com o feitor. Procurei na internet, mas só mostra que é parceria, só em um artigo há a firmação que a letra é de Chico. Não vou discutir o que não sei ao certo, mas que tem todo o DNA do Chico essa letra, isso sim. Você poderia indicar uma fonte confiável que comprove ser de João Bosco?

Kesia Santana

Maravilha dos dois: Chico e João Bosco!

Alisson R

Foi joão bosco, filha

Janne Teixeira

Chico é nosso poeta mesmo!!! Um encanto!!!

1 More Replies...

Cassius Ronei

Gênio! O Machado de Assis da música popular brasileira!

Alex Correa

Ou seria o Machado de Assis o Chico Buarque da literatura???

A Andrade

José Saramago! Rsrsrs

Paula Priscila

Se a dona se banhou
Eu não estava lá
Por Deus, nosso Senhor
Eu não olhei, Sinhá
Estava lá na roça
Sou de olhar ninguém
Não tenho mais cobiça
Nem enxergo bem
Pra quê me por no tronco
Pra quê me aleijar
Eu juro a vosmecer que nunca vi Sinhá
Por que me faz tão mal
Com olhos tão azuis
Me benzo com o sinal da Santa Cruz
Iê, iê
Iê, iê re
Eu só cheguei no açude
Atrás da sabiá
Olhava o arvorero
Eu não olhei Sinhá
Se a dona se despiu
Eu já andava além
Estava na amoenda
Estava para Xerém
Por que talhar meu corpo
Eu não olhei Sinhá
Pra quê que vosmecer meus olhos vai furar
Eu choro em iorubá,
Mas oro por Jesus
Pra quê que vossumcê me tira a luz
E assim vai se encerrar
O canto de um cantor
Um voz no pelourinho
E ares de senhor
Cantor atormentado
Herdeiro sarará
Do nome do renome
De um feroz senhor de engenho
E das mandingas de um escravo
Que no engenho enfeitiçou
Sinhá
Iê iê
Iê iê re
(...)


Compositores: Chico Buarque / Joao Bosco De Freitas

More Comments

More Versions