O Bebado e O Equilibrista
Elis Regina Lyrics


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Caía a tarde feito um viaduto
E um bêbado trajando luto me lembrou Carlitos
A lua, tal qual a dona de um bordel
Pedia a cada estrela fria um brilho de aluguel
E nuvens, lá no mata-borrão do céu
Chupavam manchas torturadas, que sufoco
Louco, o bêbado com chapéu-côco
Fazia irreverências mil pra noite do Brasil, meu Brasil
Que sonha com a volta do irmão do Henfil
Com tanta gente que partiu num rabo-de-foguete
Chora a nossa pátria, mãe gentil
Choram Marias e Clarices no solo do Brasil
Mas sei, que uma dor assim pungente
Não há de ser inutilmente, a esperança
Dança na corda bamba de sombrinha
E em cada passo dessa linha pode se machucar




Azar, a esperança equilibrista
Sabe que o show de todo artista tem que continuar

Overall Meaning

The lyrics of Elis Regina's song, O Bebado e O Equilibrista, paint a vivid picture of a late evening in Brazil, with a drunk man in mourning clothes reminiscent of Charlie Chaplin. The moon, portrayed as a brothel owner, demands payment from the cold stars for their light. The clouds above hide painful, tortured stains. The drunk man, sporting a classic fedora, makes countless irreverent gestures, reflecting the night of Brazil. The nation is still mourning the loss of so many who left abruptly, but still dreams of their return. It is a heart-wrenching pain that cannot be ignored, but there is still hope.


The lyrics of the song suggest that despite the pain, there is still hope. The artist acknowledges the tightrope walk between grief and hope. The Brazilian people, represented by Marias and Clarices, continue to grieve, but they remain steadfast in their hope for a better tomorrow. Although it might be difficult, the tightrope walker in the lyrics must continue dancing, for the show must go on.


Line by Line Meaning

Caía a tarde feito um viaduto
The evening falls heavily like a bridge


E um bêbado trajando luto me lembrou Carlitos
A drunken mourner reminded me of Charlie Chaplin


A lua, tal qual a dona de um bordel
The moon, like a brothel owner


Pedia a cada estrela fria um brilho de aluguel
Asks every cold star to shine for a fee


E nuvens, lá no mata-borrão do céu
And clouds, there in the ink blot of the sky


Chupavam manchas torturadas, que sufoco
Suck up tortured stains, how suffocating


Louco, o bêbado com chapéu-côco
Crazy, the drunkard with the bowler hat


Fazia irreverências mil pra noite do Brasil, meu Brasil
Makes a thousand irreverences for the night of Brazil, my Brazil


Que sonha com a volta do irmão do Henfil
That dreams of the return of Henfil's brother


Com tanta gente que partiu num rabo-de-foguete
With so many people who left in a rocket tail


Chora a nossa pátria, mãe gentil
Our gentle motherland cries


Choram Marias e Clarices no solo do Brasil
Marias and Clarices cry on the ground of Brazil


Mas sei, que uma dor assim pungente
But I know that such a poignant pain


Não há de ser inutilmente, a esperança
Shall not be in vain, hope


Dança na corda bamba de sombrinha
Dances on the tightrope with an umbrella


E em cada passo dessa linha pode se machucar
And with each step of that line, can get hurt


Azar, a esperança equilibrista
Bad luck, the balancing hope


Sabe que o show de todo artista tem que continuar
Knows that the show of every artist must go on




Lyrics © Sony/ATV Music Publishing LLC, Universal Music Publishing Group
Written by: ALDIR BLANC, JOAO BOSCO

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@catatau7573

Caía a tarde feito um viaduto
E um bêbado trajando luto me lembrou Carlitos
A lua, tal qual a dona de um bordel
Pedia a cada estrela fria um brilho de aluguel
E nuvens lá no mata-borrão do céu
Chupavam manchas torturadas
Que sufoco
Louco
O bêbado com chapéu-coco
Fazia irreverências mil
Pra noite do Brasil
Meu Brasil
Que sonha com a volta do irmão do Henfil
Com tanta gente que partiu
Num rabo de foguete
Chora
A nossa Pátria mãe gentil
Choram Marias e Clarisses
No solo do Brasil
Mas sei que uma dor assim pungente
Não há de ser inutilmente
A esperança
Dança na corda bamba de sombrinha
E em cada passo dessa linha
Pode se machucar
Azar
A esperança equilibrista
Sabe que o show de todo artista
Tem que continuar



@haibaraidiomas

Gravada em 1979, esta música de João
Bosco (melodia) e Aldir Blanc (letra), retrata uma época marcante da história
do Brasil e tornou-se um hino à anistia no período final da ditadura militar
iniciada no golpe militar de 1964. Ao fim da década de 1970 a ditadura
brasileira sofria grandes reveses. A pressão pela abertura democrática vinha de
todos os lados, mas o regime se mantinha duro e firme. As incertezas eram imensas
e quem ousava levantar a voz contra o regime corria o risco de pagar, até com a
própria vida, pelo ato. Assim, este texto é um discurso de denúncia e
esperança: O “Bêbado” é a classe artística, representada pelo seu
símbolo-maior, Carlitos, personagem de Charles Chaplin, com toda sua aura de
liberdade e utopia. Chaplin foi um artista cujo trabalho visava as pessoas
menos favorecidas, e no final dos seus filmes havia sempre uma estrada e uma
esperança, onde Carlitos andava em direção ao infinito. A “Equilibrista”
representa aquele fio de esperança que estava surgindo, a democracia. Aldir
Blanc foi muito feliz em representar algo tão tênue e incerto quanto nossa
abertura política, na figura de uma equilibrista. Desta forma, ambos, a classe
artística e a esperança de democracia tinham que se equilibrar em suas
“cordas-bambas” para poderem atingir seus objetivos. Aldir Blanc é considerado
um poeta-repórter, pois seus textos geralmente são fatos de uma época, e o
discorrer desta música são imagens deste período de incertezas. No verso “Caía
a tarde feito um viaduto”… Ele quer dizer que a tarde caia abruptamente, tal
qual parte do Viaduto Paulo Frontin, no Rio de Janeiro, que desabou em 1971. “E
um bêbado trajando luto me lembrou Carlitos”… O “traje de luto” simboliza o
estado no qual a classe artística encontrava-se na época, pela falta de
liberdade de criação. Invariavelmente, todo fim de tarde sugere melancolia e
tristeza, uma vez que estamos saindo da claridade do dia para a escuridão da
noite. Aldir Blanc utilizou esta imagem para representar a situação na qual
vivia o Brasil. Além de quê, sabe-se que as sessões de torturas eram realizadas
nos porões do DOI-CODI durante a noite. Sem luz própria, “A lua” assume as
funções de “dona de bordel”, pegando emprestado um pouco de brilho das
estrelas, exatamente como faz a cafetina com suas contratadas, e também para
fixar a imagem de que naquele início de noite, tal qual prostitutas, as
estrelas eram de brilho falso e sem vontade de brilhar. Ainda com os olhos para
o alto, há “as nuvens e o céu”. Estas imagens nos remetem ao universo da
religiosidade. No final da década de 1970, quando o país discutia a anistia
geral e irrestrita, a igreja católica demorou a se posicionar e acabou
defendendo a anistia, mas com restrições. A imagem de “mata-borrão do céu”
demonstra o poder político e balsâmico da igreja. Dentro do texto, o protesto
contra as torturas que ocorriam na calada da noite fica evidente. Para saudar
essa noite do Brasil, só se justificava se fosse na alegria etílica de um
bêbado. Somente num estado de loucura poderia se reverenciar aquela realidade. O
nacionalismo aparece nas entrelinhas com o Hino Nacional. “A nossa pátria, mãe
gentil” abrigava as esposas e mães que choraram por seus filhos e maridos. A
primeira entidade organizada para lutar pela anistia foi o MFA – Movimento
Feminino pela Anistia, criado em 1975. O texto também fala dos exilados, como
foi o caso do sociólogo Betinho, irmão de Henfil, e relembra as mortes do
jornalista Vladimir Herzog e do metalúrgico Manuel Fiel Filho ao citar os nomes
de suas esposas, Maria e Clarisse, respectivamente. Este texto traz a voz de
alguém que num momento de consciência, acorda para um mundo totalmente adverso,
observa o que está à sua volta, o céu da cidade, um bêbado, o cair da tarde.
Tudo é estranho e triste. Mesmo assim há uma esperança que não abandona a sua
missão. Por isso pode-se vislumbrar a liberdade e sonhar com ela, mesmo quando
os olhos só vêem a opressão. Fica claro no texto que o desejo de liberdade sempre
vai estar no coração do homem. Esta é a sua arte.




Comentário by Sérgio Soeiro — 22 de
outubro de 2009



@apaulent

Caía a tarde feito um viaduto
E um bêbado trajando luto
Me lembrou Carlitos
A lua tal qual a dona do bordel
Pedia a cada estrela fria
Um brilho de aluguel

E nuvens lá no mata-borrão do céu
Chupavam manchas torturadas
Que sufoco!
Louco!
O bêbado com chapéu-coco
Fazia irreverências mil
Pra noite do Brasil
Meu Brasil!

Que sonha com a volta do irmão do Henfil
Com tanta gente que partiu
Num rabo de foguete
Chora
A nossa Pátria mãe gentil
Choram Marias e Clarisses
No solo do Brasil

Mas sei que uma dor assim pungente
Não há de ser inutilmente
A esperança
Dança na corda bamba de sombrinha
E em cada passo dessa linha
Pode se machucar

Azar!
A esperança equilibrista
Sabe que o show de todo artista
Tem que continuar



@joaozinxl371

Caía a tarde feito um viaduto
E um bêbado trajando luto me lembrou Carlitos
A lua, tal qual a dona de um bordel
Pedia a cada estrela fria um brilho de aluguel
E nuvens, lá no mata-borrão do céu
Chupavam manchas torturadas, que sufoco
Louco, o bêbado com chapéu-côco
Fazia irreverências mil pra noite do Brasil, meu Brasil
Que sonha com a volta do irmão do Henfil
Com tanta gente que partiu num rabo-de-foguete
Chora a nossa pátria, mãe gentil
Choram Marias e Clarices no solo do Brasil
Mas sei, que uma dor assim pungente
Não há de ser inutilmente, a esperança
Dança na corda bamba de sombrinha
E em cada passo dessa linha pode se machucar
Azar, a esperança equilibrista
Sabe que o show de todo artista tem que continuar



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@robertfernandesinaciodejes187

Gente acabei de escutar essa música e me apaixonei na voz dessa mulher.
Por favor me diga que tem alguém aq em 2023 além de mim escutando essa obra prima ❤❤

@leonardocaetano563

Tamo junto!

@glaydsonsamuel5873

Música Popular Brasileira, nunca vai ser esquecida...

@eloimeloim380

23

@eloimeloim380

Oi, ETERNAMENTE ELIS..
SOLIDÃO do Marcos Lacerda me trouxe até esse tempo lindo...

@faelmoreira9799

Eu 2023

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@catatau7573

Caía a tarde feito um viaduto
E um bêbado trajando luto me lembrou Carlitos
A lua, tal qual a dona de um bordel
Pedia a cada estrela fria um brilho de aluguel
E nuvens lá no mata-borrão do céu
Chupavam manchas torturadas
Que sufoco
Louco
O bêbado com chapéu-coco
Fazia irreverências mil
Pra noite do Brasil
Meu Brasil
Que sonha com a volta do irmão do Henfil
Com tanta gente que partiu
Num rabo de foguete
Chora
A nossa Pátria mãe gentil
Choram Marias e Clarisses
No solo do Brasil
Mas sei que uma dor assim pungente
Não há de ser inutilmente
A esperança
Dança na corda bamba de sombrinha
E em cada passo dessa linha
Pode se machucar
Azar
A esperança equilibrista
Sabe que o show de todo artista
Tem que continuar

@lucimeirematos2652

Haja coração ❤️

@guilhermedossantoscosta2918

Que foda essa letra

@lucaspires2563

Poesia em forma de canção 😍😍😍😍

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