Carioca do bairro do Grajaú. Oswaldo é um caso excepcional de precocidade musical. Sem nunca ter estudado música regularmente, começou desde a tenra infância a ser influenciado por ela. Primeiro, na casa de seus pais no Rio de Janeiro: sua mãe e os pais dela tocavam piano, seu pai tocava violão e cantava.
A segunda influência foi mais forte. Aos oito anos, mudou-se, com os pais, para São João Del Rey, cidade mineira poética e boêmia, onde as serestas aconteciam todas as noites e as pessoas juntavam os amigos em casa para passar as noites tocando e cantando. Ao mesmo tempo, Oswaldo foi atraído para a música barroca das igrejas. Nesta época, teve aulas de violão com um dos seresteiros da cidade e compôs sua primeira canção, Lenheiro, nome do rio que banha São João del Rey. Venceu um festival de música com apenas 13 anos, no Rio de Janeiro, onde voltou a morar.
A decisão de se tornar um músico profissional veio com a mudança para Brasília, em 1971. Na capital federal, começou a ter contato com festivais e grupos de teatro e de dança estudantis. Fez seus primeiros shows e aos 17 anos a decisão de viver da música se tornou definitiva. Mudou-se novamente para o Rio, mas já havia adotado Brasília como a terra de seu coração e tema constante de sua obra. Também seus parceiros preferidos foram amigos que fez ali, como José Alexandre, Mongol e Madalena Salles, entre outros.
Foi ainda em Brasília que tomou contato com a música erudita nos concertos do Teatro Nacional. Não só assiste aos concertos com seus amigos músicos, entre eles o maestro Otávio Maul e a família Prista Tavares, mas entra pelas madrugadas conversando sobre técnica e teoria musicais. Autodidata, devora livros sobre história da música.
A partir daí, morando no Rio mas com os olhos e o coração postos em Brasília, sua carreira deslancha. Tem música classificada no último Festival da Canção da Rede Globo, o primeiro de repercussão nacional de que participa (1972), escreve e encena seu primeiro musical (1974-1975), lança três discos no espaço de três anos (1975-1978) e vence festival na TV Tupi com seu primeiro megasucesso, Bandolins (1979).
Mesmo com tanto sucesso, decide retornar a Brasília para montar em 1982, outro espetáculo musical, Veja Você, Brasília, com artistas locais. Deste espetáculo participam as ainda desconhecidas Cássia Eller e Zélia Duncan. Depois desta, viriam outras peças de teatro musical, uma particularidade bem marcante na trajetória de um músico brasileiro e que resgata uma maneira de divulgar música abandonada na primeira metade do século 20. São mais de 14 peças musicais, todas recorde de público e algumas, como Noturno", "A Dança dos Signos" e "Aldeia dos Ventos, estão em cartaz há mais de 15 anos e com montagens por todo o país.
Em 1985, participa de outro Festival da TV Globo, com a música O Condor, com acompanhamento de um coro de 25 cantores negros. Não para de gravar discos. Até 2006, são 34. Composições suas são interpretadas por Ney Matogrosso, Sandra de Sá, Paulinho Moska, Zé Ramalho, Alceu Valença, Zizi Possi, Zélia Duncan, Jorge Versilo, Altemar Dutra, Gonzaguinha, Sivuca, Tânia Maya, entre outros. Até a atriz Glória Pires cantou em participação especial de um disco seu (1985).
Em 1994, Oswaldo lança seu primeiro livro - O Vale Encantado - um livro infantil, no mesmo ano indicado pelo MEC, através da Universidade de Brasília, para ser adotado nas escolas de 1º grau. Em 1997, adapta o livro para vídeo.
Em 2006 lança, no Canal Brasil, em parceira com Roberto Menescal, o programa Letras Brasileiras, apresentado por ambos. O programa foi inspirado no CD e no show que Oswaldo e Menescal apresentaram em 1997 por todo o país.
Escondido No Tempo
Oswaldo Montenegro Lyrics
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Como o que vem da maré
Tá escondido no tempo, menina
Aquilo que a gente é
Como o segredo da cor turmalina
O fim da nação Aymoré
Tá escondido no tempo, menina
Aquilo que a gente é
O rei do rabo de arraia, menina, é tudo o que quero ser
E gente da tua laia, é tudo o que eu quero ser
E esse tomara que caia, menina, é tudo o que eu quero ser
Como o segredo do sol que ilumina
Londres e a Praça da Sé
Tá escondido no tempo, menina
Aquilo que a gente é
Como que nasceu em Amaralina
Que traz o gingado no pé
Tá escondido no tempo, menina
Aquilo que a gente é
O defensor da mulata é tudo o que eu quero ser
O perdedor da regata, menina, é tudo o que eu quero ser
O Zumbi da tua mata é tudo o que eu quero ser
O percussionista de lata, menina, é tudo o que eu quero ser
Como o poema de Cora Coralina é irmão de ""E Agora José?""
Tá escondido no tempo, menina, aquilo que a gente é
A solidão de Buckowsky e a sina de quem não sabe o que quer
Tá escondido no tempo, menina
Aquilo que a gente é
O grão-vizir da Baixada é tudo o que eu quero ser
O demolidor da fachada, menina, é tudo o que eu quero ser
O doido da madrugada é tudo o que eu quero ser
Um ser estranho ou nada, menina, é tudo o que eu quero ser
Como o painel de Van Gogh e a retina e o sangue azul da ralé
Tá escondido no tempo, menina, aquilo que a gente é
Como quem diz que me odeia e me anima, qual o segredo da fé
Tá escondido no tempo, menina
Aquilo que a gente é
É tudo o que eu quero ser
The song "Escondido no Tempo" by Oswaldo Montenegro is about the idea that everything that makes us who we are as individuals is hidden in time, like the legacy of the Mayas or the secrets of the cor turmalina stone. The lyrics suggest that each of us is made up of various elements, including our culture, traditions, and experiences, but ultimately, these things are hidden in time and difficult to fully understand or express. The singer expresses a desire to be many different things, from the inventor of gandaia (merriment) to the defender of mulatas, the perdedor da regata (loser of the regatta), and the doido da madrugada (crazy person of the dawn). All of these different identities are also "hidden in time," and each one is a facet of who he is.
The song's structure is based on the repetition of a melody and the introduction of new lyrics with each verse. In each case, the singer reflects on a different aspect of human identity, whether it be the secrets of the sun, the birthplace of someone with rhythm in their feet, or the solidarity that comes from hating and loving someone at the same time. Throughout the song, there is a sense of longing, a desire to uncover the hidden aspects of our identities and embrace them fully, even if they seem contradictory or unexplainable.
Line by Line Meaning
Como o legado do mayas, menina
Just like the Mayan legacy, girl
Como o que vem da maré
Like what comes from the tide
Tá escondido no tempo, menina
It's hidden in time, girl
Aquilo que a gente é
That which we are
Como o segredo da cor turmalina
Like the secret of the tourmaline color
O fim da nação Aymoré
The end of the Aymoré nation
O inventor da gandaia, é tudo o que eu quero ser
The inventor of fun, that's all I want to be
O rei do rabo de arraia, menina, é tudo o que quero ser
The king of stingray tails, girl, that's all I want to be
E gente da tua laia, é tudo o que eu quero ser
And people from your group, that's all I want to be
E esse tomara que caia, menina, é tudo o que eu quero ser
And that falling strapless top, girl, is all I want to be
Como o segredo do sol que ilumina
Like the secret of the sun that illuminates
Londres e a Praça da Sé
London and the Sé Square
Como que nasceu em Amaralina
Like those born in Amaralina
Que traz o gingado no pé
Who has the swing in their feet
O defensor da mulata é tudo o que eu quero ser
The defender of the mulatto, that's all I want to be
O perdedor da regata, menina, é tudo o que quero ser
The loser of the race, girl, that's all I want to be
O Zumbi da tua mata é tudo o que eu quero ser
The Zumbi from your woods, that's all I want to be
O percussionista de lata, menina, é tudo o que quero ser
The tin can percussionist, girl, that's all I want to be
Como o poema de Cora Coralina é irmão de ''E Agora José?''
Like Cora Coralina's poem is a sibling to 'And Now José?'
A solidão de Buckowsky e a sina de quem não sabe o que quer
The loneliness of Bukowski and the fate of those who don't know what they want
O grão-vizir da Baixada é tudo o que eu quero ser
The grand vizier of Baixada, that's all I want to be
O demolidor da fachada, menina, é tudo o que quero ser
The facade demolisher, girl, that's all I want to be
O doido da madrugada é tudo o que eu quero ser
The crazy person of dawn, that's all I want to be
Um ser estranho ou nada, menina, é tudo o que eu quero ser
A strange being or nothing, girl, that's all I want to be
Como o painel de Van Gogh e a retina e o sangue azul da ralé
Like the Van Gogh painting and the retina and blue blood of the mob
Como quem diz que me odeia e me anima, qual o segredo da fé
Like someone who says they hate me and yet cheers me on, what is the secret of faith
É tudo o que eu quero ser
That's all I want to be
Lyrics © Warner Chappell Music, Inc.
Written by: Oswaldo Montenegro
Lyrics Licensed & Provided by LyricFind
Nanda F.
1. Por brilho (00:00)
2. Se puder sem medo (3:37)
3. Escondido no tempo (7:29)
4. Lua e flor (10:34)
5. Léo e Bia (13:56)
6. Pra longe do Paranoá (18:13)
7. Metade (22:05)
8. Estrelas (25:22)
9. Quebra-cabeça sem luz (28:34)
10. Bandolins (31:00)
Nanda F.
1. Por brilho (00:00)
2. Se puder sem medo (3:37)
3. Escondido no tempo (7:29)
4. Lua e flor (10:34)
5. Léo e Bia (13:56)
6. Pra longe do Paranoá (18:13)
7. Metade (22:05)
8. Estrelas (25:22)
9. Quebra-cabeça sem luz (28:34)
10. Bandolins (31:00)
Eleide Paiva
👏👏👏👏👏👏👏👏👏👏👏👏
Luiz Magno
Parabéns, Oswaldo Viveiros Montenegro!
Rejane Rabassa Alves
Gratidão a Deus por ter colocado Oswaldo Montenegro em nossas vidas.🙏🙏🙏🙏
Tony Duda
Mto obrigado!!
Luciola Munhoz Saleh
Por artista tão completo como OM , só podemos lhe desejar vida longa e agradecer cada momento de lu que nos ofereceu.
Mulherdireita 🇧🇷
verdade q tenha vida longa e farta pois ele é tudo de bom
Maria Jose
Como não Amar Oswaldo Montenegro, que essa Voz Abençoada, Suave, Grave, emocionante, tranquila, gritada, Simplesmente Sensacional, Salve, salve....
Francisco Chagas Silva
Composições belíssima artista completo
Maria Neide Bentivi Braga
Simplesmente apaixonada
Amo Oswaldo
Viajo nas canções