A Gente Não Lê
Rui Veloso Lyrics


Jump to: Overall Meaning ↴  Line by Line Meaning ↴

Aн senhor das furnas
Que escuro vai dentro de nуs
Rezar o terзo ao fim da tarde
Sу para espantar a solidгo
Rogar a deus que nos guarde
Confiar-lhe o destino na mгo

Que adianta saber as marйs
Os frutos e as sementeiras
Tratar por tu os ofнcios
Entender o suгo e os animais
Falar o dialecto da terra
Conhecer-lhe o corpo pelos sinais

E do resto entender mal
Soletrar assinar em cruz
Nгo ver os vultos furtivos
Que nos tramam por trбs da luz

Aн senhor das furnas
Que escuro vai dentro de nуs
A gente morre logo ao nascer
Com olhos rasos de lezнtia
De boca em boca passar o saber
Com os provйrbios que ficam na gнria

De que nos vale esta pureza
Sem ler fica-se pederneira
Agita-se a solidгo cб no fundo
Fica-se sentado а soleiro
A ouvir os ruнdos do mundo
E a entendк-los а nossa maneira

Carregar a superstiзгo
De ser pequeno ser ninguйm




E nг quebrar a tradiзгo
Que dos nossos avуs jб vem

Overall Meaning

The song "A Gente Não Lê" by Rui Veloso talks about the importance of education and knowledge in life. The first stanza addresses the idea of praying to God to ward off loneliness and entrusting him with our fate. The following lines say that although it is essential to know how to farm, how to speak the language of the land and identify the signs of nature, there is no use in only knowing the physical world. Without knowledge, it is not possible to see beyond the physical appearances and detect the gloomy intention of people.


The second stanza states that we are born with empty minds, and it is through learning that we can gain wisdom and avoid being ignorant. Passing knowledge from one generation to another is essential to keep it alive, and proverbs play an important part in this. The third stanza emphasizes how not learning leads to isolation and brings superstition and the sense of being nobody. The last line speaks of the importance of preserving traditions.


Overall, the song implies that it is not enough to rely on physical senses and that knowledge brings wisdom and connection to the world.


Line by Line Meaning

Ah senhor das furnas
Oh Lord of the caves


Que escuro vai dentro de nós
How dark it goes within us


Rezar o terço ao fim da tarde
Praying the rosary in the evening


Só para espantar a solidão
Just to get rid of loneliness


Rogar a Deus que nos guarde
Begging God to guard us


Confiar-lhe o destino na mão
Trusting Him with our fate in His hand


Que adianta saber as marés
What's the point of knowing the tides


Os frutos e as sementeiras
The fruits and the seeds


Tratar por tu os ofícios
Being familiar with the trades


Entender o suor e os animais
Understanding the sweat and the animals


Falar o dialecto da terra
Speaking the dialect of the land


Conhecer-lhe o corpo pelos sinais
Knowing its body by the signs


E do resto entender mal
And not understanding the rest


Soletrar assinar em cruz
Just spelling and signing crosses


Não ver os vultos furtivos
Not seeing the elusive figures


Que nos tramam por trás da luz
That plot against us behind the light


Aí senhor das furnas
Oh Lord of the caves


Que escuro vai dentro de nós
How dark it goes within us


A gente morre logo ao nascer
We die soon after being born


Com olhos rasos de lezítia
With eyes full of simplicity


De boca em boca passar o saber
Passing knowledge from mouth to mouth


Com os provérbios que ficam na gíria
With the proverbs that remain in slang


De que nos vale esta pureza
What good is this purity for us


Sem ler fica-se pederneira
Without reading, one becomes dull


Agita-se a solidão cá no fundo
Loneliness stirs deep within


Fica-se sentado à soleiro
Sitting in the doorway


A ouvir os ruídos do mundo
Listening to the noises of the world


E a entendê-los à nossa maneira
And understanding them in our way


Carregar a superstição
Carrying superstition


De ser pequeno ser ninguém
Of being small and no one


E não quebrar a tradição
And not breaking tradition


Que dos nossos avós já vem
That comes from our grandparents




Contributed by Violet P. Suggest a correction in the comments below.
To comment on or correct specific content, highlight it

Genre not found
Artist not found
Album not found
Song not found
Most interesting comment from YouTube:

@alexandre-cr5sw

Ai senhor das furnas
Que escuro vai dentro de nós
Rezar o terco ao fim da tarde
Só para espantar a solidao
Rogar a deus que nos guarde
Confiar-lhe o destino na mao

Que adianta saber as marés
Os frutos e as sementeiras
Tratar por tu os oficios
Entender o suao e os animais
Falar o dialecto da terra
Conhecer-lhe o corpo pelos sinais

E do resto entender mal
Soletrar assinar em cruz
Nao ver os vultos furtivos
Que nos tramam por tras da luz

Ai senhor das furnas
Que escuro vai dentro de nós
A gente morre logo ao nascer
Com olhos rasos de lezitia
De boca em boca passar o saber
Com os provérbios que ficam na giria

De que nos vale esta pureza
Sem ler fica-se pederneira
Agita-se a solidao ca no fundo
Fica-se sentado à soleiro
A ouvir os ruidos do mundo
E a entende-los à nossa maneira

Carregar a supersticao
De ser pequeno ser ninguém
E na quebrar a tradicao
Que dos nossos avós ja vem



All comments from YouTube:

@josesoaresmartins7951

Um dos grandes poemas da nossa literatura! O Carlos tê é enorme!

@ofelialopes14

Fantástico poema e música, atuais!

@agostinhosilva3167

Simplesmente Fantástico.
PARABÉNS Carlos e Rui, pela esta linda canção. OBRIGADO

@catvideojogos

Sonoridade única é uma das músicas que define a Portugalidade! Merecedor do Legado Secular do nosso Povo na voz Maravilhosa de Rui Veloso ! mais que um Homem , é um Foco de Cultura que nos torna Únicos no Mundo ! Obrigado pela Contribuição Rui Veloso !

@diogocarvalho3481

Que letra extraordinária.

@alexandre-cr5sw

Ai senhor das furnas
Que escuro vai dentro de nós
Rezar o terco ao fim da tarde
Só para espantar a solidao
Rogar a deus que nos guarde
Confiar-lhe o destino na mao

Que adianta saber as marés
Os frutos e as sementeiras
Tratar por tu os oficios
Entender o suao e os animais
Falar o dialecto da terra
Conhecer-lhe o corpo pelos sinais

E do resto entender mal
Soletrar assinar em cruz
Nao ver os vultos furtivos
Que nos tramam por tras da luz

Ai senhor das furnas
Que escuro vai dentro de nós
A gente morre logo ao nascer
Com olhos rasos de lezitia
De boca em boca passar o saber
Com os provérbios que ficam na giria

De que nos vale esta pureza
Sem ler fica-se pederneira
Agita-se a solidao ca no fundo
Fica-se sentado à soleiro
A ouvir os ruidos do mundo
E a entende-los à nossa maneira

Carregar a supersticao
De ser pequeno ser ninguém
E na quebrar a tradicao
Que dos nossos avós ja vem

@anabento9635

Introdução do meu trabalho de licenciatura 💪🏾 serviço social - tema - solidão nos idosos da freguesia de S. Jorge de Arroios em LX

@rogeriofernandes772

Ouvir este álbum Fora de Moda é um verdadeira inspiração!!!

@brunomarques1781

Letra é fantástica...assim como a música também soa bem...na versão da Isabel a música fica viva e tradicional com toque celta e folclore. ..

@RobertoBarreiro1970

Tanto me diz esta música! Obrigado aos autores da mesma, Carlos Tê e Rui Veloso porque descrevem, na perfeição, uma triste realidade de um passado ainda tão presente. É triste não saber ler, é como uma escuridão que permanece até ao fim...

More Comments

More Versions