Bancarrota Blues
Chico Buarque & Edu Lobo (1997 - Edu Lobo E Chico Buarque - Álbum De Teatro) Lyrics
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Com casarão
Imensa varanda
Dá jerimum
Dá muito mamão
Pé de jacarandá
Eu posso vender
Algum mosquito
Chapéu de sol
Bastante água fresca
Tem surubim
Tem isca pra anzol
Mas nem tem que pescar
Eu posso vender
Quanto quer pagar?
O que eu tenho
Eu devo a Deus
Meu chão, meu céu, meu mar
Os olhos do meu bem
E os filhos meus
Se alguém pensa que vai levar
Eu posso vender
Quanto vai pagar?
Os diamantes rolam no chão
O ouro é poeira
Muita mulher pra passar sabão
Papoula pra cheirar
Eu posso vender
Quando vai pagar?
Negros quimbundos
Pra variar
Diversos açoites
Doces lundus
Pra nhonhô sonhar
À sombra dos oitis
Eu posso vender
Que é que você diz?
Contra-baixo, bandolim, Jorge Elder
Piano, cavaquinho, João Rebouças
Bateria, Juninho Moreira
Percussão, vibrafone, Chico Batera
Teclados, vocais, Bia Paes Leme
Sax, flauta, clarinete, Marcelo Bernardes
Violão, guitarra, arranjo, regência, direção musical
Maestro Luiz Cláudio Ramos
Com músicos desse naipe
E ainda acompanhando uma cantora como Mônica Salmaso
Eu tenho que mandar muito bem nesse meu instrumento
Eu até que toco direitinho, né Jorge
Violão
Toco direito, nível o que?
Baden Powell
'To bem, verdade maestro?
Baden Powell (Jimi Hendrix)
Jimi Hendrix? Caramba
Eles 'tão exagerando, mas eu toco direitinho
Posso errar aqui, ali, já consertei uma hora aí, porque
Posso dar uma trastejada, como posso as vezes esquecer
Um pedaço de letra, um verso, isso é normal
Pensei até em instalar aqui no proscenium um, um teleprompter
Pra ler enquanto eu canto, mas depois me disseram que não era um boa ideia
Porque iam dizer, o sujeito já erra os acordes
O sujeito esquece as letras, ele não pode ser o autor dessas músicas
Ai fica a situação, porque
Eu digo, eu sou o autor da música
Como é que eu posso provar? Eu não posso provar
Essa história começou um boato assim na internet
Segundo o qual
Eu não sou, eu não sou o compositor das minhas músicas
Eu compro as minhas músicas
Apareceu até um gaiato
Se dizendo Ahamed, o nome dele é Ahamed
Se dizendo o autor das minhas músicas
Eu fiquei bolado, eu fui lá na internet
Encontrei lá o, tinha o Instagram do Ahamed, tinha aquela rodela
Um sujeito meio atrás dos bongos, meio fora de foco, eu olhei
Conheço esse cara de algum lugar, sabe quem é Ahamed?
Chico Batera, senhoras e senhores, Ahamed está aqui, Chico Batera
Essa coisa de internet vocês sabem como funciona
Todo mundo diz o que quiser
Eu 'to acostumado a tomar bastante porrada
Não me encomodo mais, agora, dizer que eu compro música
Isso eu não vou admitir, senhoras e senhores
Eu não compro música
Não compro
Mas posso vender
Quem vai arrematar
O que eu tenho eu devo a Deus
Meu éden tropical
Herança dos meus pais
Pros bisnetos meus
Ninguém me tira nem por mal
Mas posso vender
Deixe algum sinal
Mas posso vender
Deixe algum sinal
Mas posso vender
Deixe algum
The lyrics of "Bancarrota Blues" by Chico Buarque and Edu Lobo evoke a sense of nostalgia and contemplation about one's possessions and heritage. The imagery painted in the lyrics describes a vast estate with a grand house and a sprawling veranda, abundant with crops like pumpkins and papayas, and shaded by a jacaranda tree. The singer questions the worth of these offerings, wondering how much they would fetch if sold.
As the lyrics progress, the tone shifts to a more introspective reflection on the singer's gratitude towards God for their land, sea, sky, loved ones, and offspring. The singer asserts the sentimental and intrinsic value of their possessions, emphasizing that no amount of money can replace the emotional significance they hold.
The imagery in the following verses becomes more symbolic and abstract, with references to rolling diamonds, dusty gold, and mundane activities like washing clothes and smelling poppies. The lyrics also touch on themes of colonialism and slavery, alluding to the history of exploitation and oppression that has tainted the singer's inherited legacy.
The final section of the lyrics takes a playful and self-aware turn as the singer acknowledges the misconceptions and rumors circulating about them, particularly regarding their music and authorship. There is a humorous exchange about the possibility of using a teleprompter during performances to avoid mistakes, and a mention of a fictitious character named Ahamed claiming authorship of the singer's songs.
Overall, "Bancarrota Blues" delves into themes of identity, heritage, and artistic integrity, blending poetic imagery with satirical commentary on fame and legacy. The song serves as a reflection on the complexities of wealth, ownership, and creativity in a world where perceptions and truths can be easily manipulated and distorted.
Lyrics © Universal Music Publishing Group
Written by: Francisco Buarque de Hollanda, Eduardo de Goes Lobo
Lyrics Licensed & Provided by LyricFind
carlos henrique
Porra, o Chico lavou a alma
Com esse blues lindo
Essa banda maravilhosa
E esse interpretação
Pra la de ótima na voz
Que só ele sabe colocar
The best
Leandro Leal
Um "bluesão" por excelência! <3
Frederico Melo Maia
Fantástico... 👏👏👏
Léo Riffin
O Bozo deve (tentar) cantarolar essa música no chuveiro...
livia tunes
Boa, entendi a crítica e a piada, mas convenhamos, ele não tem inteligência para ouvir e muito menos compreender Chico.