Não Sonho Mais
Chico Buarque (2005 - Chico No Cinema - CD1) Lyrics


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Hoje eu sonhei contigo
Tanta desdita, amor
Nem te digo
Tanto castigo
Que eu tava aflita de te contar

Foi um sonho medonho
Desses que às vezes a gente sonha
E baba na fronha
E se urina toda
E quer sufocar

Meu amor
Vi chegando um trem de candango
Formando um bando
Mas que era um bando de orangotango
Pra te pegar

Vinha nego humilhado
Vinha morto-vivo
Vinha flagelado
De tudo que é lado
Vinha um bom motivo
Pra te esfolar

Quanto mais tu corria
Mais tu ficava
Mais atolava
Mais te sujava
Amor, tu fedia
Empestava o are

Tu, que foi tão valente
Chorou pra gente
Pediu piedade
E olha que maldade
Me deu vontade
De gargalhar

Ao pé da ribanceira
Acabou-se a liça
E escarrei-te inteira
A tua carniça
E tinha justiça
Nesse escarrar

Te rasgamo a carcaça
Descemo a ripa
Viramo as tripa
Comemo os ovo
Ai, e aquele povo
Pôs-se a cantar

Foi um sonho medonho
Desses que às vezes a gente sonha
E baba na fronha
E se urina toda
E já não tem paz

Pois eu sonhei contigo
E caí da cama
Ai, amor, não briga
Ai, não me castiga




Ai, diz que me ama
E eu não sonho mais

Overall Meaning

The lyrics of Chico Buarque's song Nai Sonho Mais describe a terrifying dream in which the singer dreams of her partner. She begins by saying that she dreamt of her partner, but decides against telling him about the dream because it was a nightmare with much punishment and suffering. She describes the dream as the kind that leaves you sweating and with a sense of suffocation. In the dream, a band of orangutans came to take her partner away, who was chased by several humiliated, humiliated, and flagellated men.


As she watched the dream unfold, the distance between her and her partner grew. The further he ran, the more he got embroiled in the situation, and the more he suffered. At the end of the dream, he was caught and killed, and the singer expressed a cruel desire to laugh. In the final stanza of the song, the singer wakes up from her dream, falls off her bed, and pleads with her partner not to be angry with her. She begs him to tell her that he loves her and promises that she will not dream such dreams again.


Overall, the song is about the fear of losing someone you love and the hopelessness that arises from not being able to do anything about it.


Line by Line Meaning

Hoje eu sonhei contigo
Last night, I had a dream about you


Tanta desdita, amor
It was a terrible dream, my love


Nem te digo
It was so bad that I don't even want to tell you


Tanto castigo
There was a lot of punishment


Que eu tava aflita de te contar
I was afraid to tell you about it


Foi um sonho medonho
It was a terrifying nightmare


Desses que às vezes a gente sonha
One of those dreams that sometimes happens


E baba na fronha
I drooled in my sleep


E se urina toda
I wet the bed


E quer sufocar
And felt like I was suffocating


Meu amor
My dear


Vi chegando um trem de candango
I saw a train coming


Formando um bando
Filled with a group of people


Mas que era um bando de orangotango
But they were actually a group of orangutans


Pra te pegar
Coming to get you


Vinha nego humilhado
There were humiliated people among them


Vinha morto-vivo
And some who looked like the living dead


Vinha flagelado
Others were beaten and tortured


De tudo que é lado
From all sides


Vinha um bom motivo
There was a good reason for all of them to be there


Pra te esfolar
To skin you alive


Quanto mais tu corria
The more you ran


Mais tu ficava
The more you stayed in the same place


Mais atolava
The more you sank into the ground


Mais te sujava
The dirtier you became


Amor, tu fedia
You smelled bad, my love


Empestava o ar
The air around you was foul


Tu, que foi tão valente
You, who were so brave


Chorou pra gente
Cried for help


Pediu piedade
Begged for mercy


E olha que maldade
But, how cruel


Me deu vontade
I felt like


De gargalhar
Laughing out loud


Ao pé da ribanceira
At the edge of a cliff


Acabou-se a liça
The fight was over


E escarrei-te inteira
I spat on you


A tua carniça
Your lifeless body


E tinha justiça
And it was the right thing to do


Nesse escarrar
To spit on you


Te rasgamo a carcaça
Tore your carcass apart


Descemo a ripa
Beat you down


Viramo as tripa
Turned your insides out


Comemo os ovo
Ate your eggs


Ai, e aquele povo
And that people


Pôs-se a cantar
Started singing


E já não tem paz
And now I can't find peace


Pois eu sonhei contigo
Because I dreamed about you


E caí da cama
And fell off the bed


Ai, amor, não briga
Oh, my love, don't be angry


Ai, não me castiga
Please don't punish me


Ai, diz que me ama
Say that you love me


E eu não sonho mais
So I won't dream anymore




Lyrics © OBO APRA/AMCOS

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J. Van Pelt

Letra:
Hoje eu sonhei contigo,
Tanta desdita! Amor, nem te digo
Tanto castigo que eu tava aflita de te contar.

Foi um sonho medonho
Desses que, às vezes, a gente sonha
E baba na fronha e se urina toda e quer sufocar.

Meu amor, vi chegando
Um trêm de candango
Formando um bando,
Mas que era um bando

De orangotango pra te pegar.

Vinha nego humilhado,
Vinha morto-vivo, vinha flagelado.
De tudo que é lado
Vinha um bom motivo pra te esfolar.

Quanto mais tu corria
Mais tu ficava, mais atolava,
Mais te sujava. Amor, tu fedia,
Empesteava o ar.

Tu que foi tão valente
Chorou pra gente. Pediu piedade
E, olha que maldade,
Me deu vontade de gargalhar.

Ao pé da ribanceira acabou-se a liça
E escarrei-te inteira a tua carniça
E tinha justiça nesse escarrar.

Te "rasgamo" a carcaça
Descendo a ripa. "Viramo" as tripas,
Comendo os "ovo", ai!,
E aquele povo pôs-se a cantar.

Foi um sonho medonho,
Desses que, às vezes,
A gente sonha e baba na fronha
E se urina toda e já não tem paz.

Pois eu sonhei contigo e caí da cama.
Ai, amor, não briga! Ai, não me castiga!
Ai, diz que me ama e eu não sonho mais!



Erly Gustavo

Hoje eu sonhei contigo
Tanta desdita, amor
Nem te digo
Tanto castigo
Que eu tava aflita de te contar
Foi um sonho medonho
Desses que às vezes a gente sonha
E baba na fronha
E se urina toda
E quer sufocar
Meu amor
Vi chegando um trem de candango
Formando um bando
Mas que era um bando de orangotango
Pra te pegar
Vinha nego humilhado
Vinha morto-vivo
Vinha flagelado
De tudo que é lado
Vinha um bom motivo
Pra te esfolar
Quanto mais tu corria
Mais tu ficava
Mais atolava
Mais te sujava
Amor, tu fedia
Empestava o ar
Tu, que foi tão valente
Chorou pra gente
Pediu piedade
Olha que maldade
Me deu vontade
De gargalhar
Ao pé da ribanceira
Acabou-se a liça
E escarrei-te inteira
A tua carniça
E tinha justiça
Nesse escarrar
Te rasgamo a carcaça
Descemo a ripa
Viramo as tripa
Comemo os ovo
Ai, e aquele povo
Pôs-se a cantar
Foi um sonho medonho
Desses que às vezes a gente sonha
E baba na fronha
E se urina toda
E já não tem paz
Pois eu sonhei contigo
E caí da cama
Ai, amor, não briga
Ai, não me castiga
Ai, diz que me ama
E eu não sonho mais



Erica

O discurso desta música composta para o filme República dos assassinos, de Miguel Faria, é heterobiográfico, bem ao feitio de Chico. Neste, quem fala é um travesti, dirigindo-se ao seu amor, um policial. Segundo o próprio Chico, "é uma letra violenta pra burro''. Seguindo a linha escatológica em moda na música popular, ela dá continuidade a essa tendência, iniciada na obra de Chico com "Geni" (por sinal, envolvendo, tambérn, um homossexual).

O travesti relata ao policial, atemorizadamente, o seu sonho: o desejo de vingança traz uma multidão de pessoas - todas com um bom motivo para esfolar o policial - numa caravana, num trem, para o acerto de contas. E de nada adiantava ele correr destes mortos. vivos, flagelados e humilhados: quanto mais ele corria, mais piorava a situação, inclusive se atolando. Ao pé da ribanceira, o "happy-sad end" (o movimento pendular dos finais das estórias de Chico aqui é tão rápido que ocupa os dois extremos: a infelicidade de um é a felicidade de todos). Todo aquele povo, vítima do policial, estabelece a vingança definitiva. Antropofagicamente, matam, "viram as tripas" e comem "os ovo" do carrasco (numa alusão a que, devorando os testículos dele, estariam impedindo que fossem gerados seres tão maléficos e indesejáveis quanto ele). A comemoração é geral, e aquele povo "põe-se a cantar" (essa imagem Chico usa muito: vide "Apesar de você" e "Rosa-dos-ventos", cf. Parte Suplementar deste livro).

E, após contar seu sonho ao seu "amante" policial, o homossexual usa da submissão suprema - promete que, se o policial disser que o ama, não sonhará mais.
O sadomasoquismo, pertinente ao tipo homossexual, transparece abertamente nesta música, onde o escarrar, o rasgar a carcaça precedem a imagens bem indicativas da perversão como "viramo as tripa" e "comemo os ovo".
O final da música tem um arranjo "bem bolado" - o som parecido com o de um trem, como a indicar que o trem no qual viajara a caravana vingadora - após a missão cumprida - estivesse de partida.
Esta música teve uma outra gravação, com Elba Ramalho. Grande número de pessoas acharam que a gravação com a cantora é melhor. Acho ambas de igual valor.

Fonte: Gilberto de Carvalho, Chico Buarque, Análise Poético-musical, Editora CODECRI, 1982



João Batista de Mello Ayres Neto

Não Sonho Mais ( C Buarque)
com Chico Buarque
Hoje eu sonhei contigo
Tanta desdita, amor
Nem te digo
Tanto castigo
Que eu tava aflita de te contar
Foi um sonho medonho
Desses que às vezes a gente sonha
E baba na fronha
E se urina toda
E quer sufocar
Meu amor
Vi chegando um trem de candango
Formando um bando
Mas que era um bando de orangotango
Pra te pegar
Vinha nego humilhado
Vinha morto-vivo
Vinha flagelado
De tudo que é lado
Vinha um bom motivo
Pra te esfolar
Quanto mais tu corria
Mais tu ficava
Mais atolava
Mais te sujava
Amor, tu fedia
Empestava o ar
Tu, que foi tão valente
Chorou pra gente
Pediu piedade
Olha que maldade
Me deu vontade
De gargalhar
Ao pé da ribanceira
Acabou-se a liça
E escarrei-te inteira
A tua carniça
E tinha justiça
Nesse escarrar
Te rasgamo a carcaça
Descemo a ripa
Viramo as tripa
Comemo os ovo
Ai, e aquele povo
Pôs-se a cantar
Foi um sonho medonho
Desses que às vezes a gente sonha
E baba na fronha
E se urina toda
E já não tem paz
Pois eu sonhei contigo
E caí da cama
Ai, amor, não briga
Ai, não me castiga
Ai, diz que me ama
E eu não sonho mais



Aues2000

Publicado em 25 de mar de 2013Hoje eu sonhei contigo,
Tanta desdita, amor, nem te digo!
Tanto castigo que eu tava aflita
De te contar!

Foi um sonho medonho,
Desses que, às vezes, a gente sonha
E baba na fronha, e se urina toda
E quer sufocar!

Meu amor, vi chegando
Um trem de candango formando um bando
Mas que era um bando de orangotango
Pra te pegar!

Vinha nego humilhado,
Vinha morto-vivo, vinha flagelado,
De tudo que é lado vinha um bom motivo
Pra te esfolar!

Quanto mais tu corria, mais tu ficava,
Mais atolava, mais te sujava.
Amor, tu fedia!
Empesteava o ar!

Tu que foi tão valente
Chorou pra gente, pediu piedade
E olha que maldade:
Me deu vontade de gargalhar!

Ao pé da ribanceira, acabou-se a liça!
E escarrei-te inteira a tua carniça
E tinha justiça nesse escarrar!

Te 'rasgamo' a carcaça,
'Descemo a ripa, viramo as tripa,
Cumemo os ovo'. Ai!
E aquele povo pôs-se a cantar!

Foi um sonho medonho,
Desses que, às vezes a gente sonha,
E baba na fronha e se urina toda
E já não tem paz!

Pois eu sonhei contigo e caí da cama,
Ai, amor, não briga! Ai, não me castiga!
Ai, diz que me ama e eu não sonho mais!!



riky

Hoje eu sonhei contigo
Tanta desdita, amor
Nem te digo
Tanto castigo
Que eu tava aflita de te contar
Foi um sonho medonho
Desses que às vezes a gente sonha
E baba na fronha
E se urina toda
E quer sufocar
Meu amor
Vi chegando um trem de candango
Formando um bando
Mas que era um bando de orangotango
Pra te pegar
Vinha nego humilhado
Vinha morto-vivo
Vinha flagelado
De tudo que é lado
Vinha um bom motivo
Pra te esfolar
Quanto mais tu corria
Mais tu ficava
Mais atolava
Mais te sujava
Amor, tu fedia
Empestava o ar
Tu, que foi tão valente
Chorou pra gente
Pediu piedade
Olha que maldade
Me deu vontade
De gargalhar
Ao pé da ribanceira
Acabou-se a liça
E escarrei-te inteira
A tua carniça
E tinha justiça
Nesse escarrar
Te rasgamo a carcaça
Descemo a ripa
Viramo as tripa
Comemo os ovo
Ai, e aquele povo
Pôs-se a cantar
Foi um sonho medonho
Desses que às vezes a gente sonha
E baba na fronha
E se urina toda
E já não tem paz
Pois eu sonhei contigo
E caí da cama
Ai, amor, não briga
Ai, não me castiga
Ai, diz que me ama
E eu não sonho mais



All comments from YouTube:

Fernando Graça

Os arranjos das músicas de Chico Buarque são sempre espetaculares.

Denise dos Reis

Essa música do Chico Buarque é uma crítica duríssima a ditadura, especificamente, a Ernesto Geisel, ditador do Brasil na época. Simplesmente, genial!

Joao Somma

agora ta bom ne?

Paulinha graciano da silva

@Joao Somma antigamente pelo menos salvava a cultura, agora o que nos resta? FUNK E sertanejo chiclete

Regiane Maradona

Tão atual

Junior Vivêncio

Nao entendi qual o nexo que tem essa letra com a ditadura?

4 More Replies...

Atitude

Lembro-me de quando pequeno ouvir essa música, colocada incessantemente pela minha mãe e do medo que tinha do bando de " orangotangos" ....

Edie Landes

Tem uns pseudo-criticos hoje em dia tentando desclassificar Chico, tentando reclassificá-lo. Chico dentro da história da musica e da literatura brasileira tem uma obra ímpar. Chico entre os músicos da MPB como Gil, Caetano, Djavan, Milton, etc...são únicos e riquíssimos em sua obras.

Felipe Dachshund

Me impressiona a percussão simulando o som da chibata.

Antonio Gomes

Chico o maior compositor do Brasil de todos os tempos, simplesmente um gênio

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