Ela e Carioca
João Gilberto Lyrics


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Ela é carioca, ela é carioca
Basta o jeitinho dela andar
Nem ninguém tem carinho assim para dar
Eu vejo na luz dos seus olhos
As noites do Rio ao luar
Vejo a mesma luz
Vejo o mesmo céu
Vejo o mesmo mar

Ela é meu amor, só me vê a mim
A mim que vivi para encontrar
Na luz do seu olhar
A paz que sonhei

Só sei que sou louco por ela
E pra mim ela é linda demais
E além do mais
Ela é carioca, ela é carioca

Ela é carioca, ela é carioca
Basta o jeitinho dela andar
Nem ninguém tem carinho assim para dar
Eu vejo na luz dos seus olhos
As noites do Rio ao luar
Vejo a mesma luz
Vejo o mesmo céu
Vejo o mesmo mar

Ela é meu amor, só me vê a mim
A mim que vivi para encontrar
Na luz do seu olhar
A paz que sonhei

Só sei que sou louco por ela
E pra mim ela é linda demais




E além do mais
Ela é carioca, ela é carioca

Overall Meaning

The lyrics of the song "Ela e Carioca" by João Gilberto express his admiration and love for a woman who he describes as having a distinct way of walking, captivating eyes, and a loving demeanor. He sees in her the essence of Rio de Janeiro, the city referred to as "Carioca." He is enraptured by her beauty and feels that she is the only one for him. He finds peace in her gaze, believing that he has finally discovered the love that he had been seeking.


The song reflects the cultural significance of Rio de Janeiro, a city celebrated for its natural beauty, vibrant music, and dance culture. The mention of the "noites do Rio ao luar" (Rio nights in the moonlight) underscores the romantic aspect of the city. The lyrics express a sense of longing for a simpler time when love was pure and true. The repetition of the phrase "ela é carioca" emphasizes the unique charm of both the woman and the city.


Overall, "Ela e Carioca" is a classic bossa nova song that celebrates love and the city of Rio de Janeiro. It has become an anthem for the city and a testament to the beauty and grace of the Brazilian people.


Line by Line Meaning

Ela é carioca, ela é carioca
She is a native of Rio de Janeiro, Brazil, and embodies the city's unique spirit


Basta o jeitinho dela andar
Just the way she walks is enough to showcase her charm and grace


Nem ninguém tem carinho assim para dar
No one else can offer the same level of affection and care as she does


Eu vejo na luz dos seus olhos
I can see in the light of her eyes


As noites do Rio ao luar
The moonlit nights of Rio de Janeiro reflected in her eyes


Vejo a mesma luz
I see the same light'


Vejo o mesmo céu
I see the same sky


Vejo o mesmo mar
I see the same sea


Ela é meu amor, só me vê a mim
She is my love, and she only has eyes for me


A mim que vivi para encontrar
To me, everything I've experienced has led me to find her and love her


Na luz do seu olhar
In the light of her eyes


A paz que sonhei
I find the peace I've been dreaming of


Só sei que sou louco por ela
I only know that I'm crazy about her


E pra mim ela é linda demais
And to me, she is too beautiful for words


E além do mais
And furthermore


Ela é carioca, ela é carioca
She is a true Carioca, the embodiment of Rio de Janeiro's unique spirit




Writer(s): Antonio Carlos Jobim, Vinicius De Moraes

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Most interesting comment from YouTube:

Larissa Pereira Gouveia

Com toda a indisfarçável pretensão que assumimos quando cravamos algo como definitivo… Continua certamente impossível selecionar a melhor interpretação de João Gilberto; me refiro àquela mais rica em detalhes que só ele nos revelaria. Mas, apesar disso, eu ouso cravar que a mais tridimensional delas com certeza é essa pra ‘Ela é Carioca’ — e se falo em tridimensional, é no sentido de que algo ‘3D’ praticamente se materializa na nossa frente por conta da plena experiência sensorial.

Há aqui no seu ritmo, sedutoramente compassado, a geometria do relevo montanhoso do Rio — onde as linhas curvas, insinuando-se no horizonte, desaceleram a urgência causada pelas retas verticais dos prédios. A precisão rigorosa de seu canto dá sustança a esses versos que, na voz de outro qualquer, soariam afobados sobrepondo as imagens apaixonadas (sua interpretação é como o bondinho percorrendo aquelas exatas linhas do teleférico sem se deixar esmagar pelas formas exuberantes do 'Pão de Açúcar’).

Aquela textura aveludada, que tem o relevo montanhoso, vem se confundir com a própria maciez da voz melíflua voando 'com jeitinho', evitando aterrissar sobre o terreno irregular dos vibratos. Quando João vocaliza a introdução, tamborilando devagarinho as sílabas, tem o mesmo ar de convite que tem o mar morno das praias cariocas. E seu quase bocejar, de tal modo espicha a mansidão da voz no final da frase “noites do rio ao luaaar”, já traz consigo aquela mesma moleza das noites quentes na ‘Cidade Maravilhosa’.

Por fim: umas tais ‘Garotas de Ipanema’ desfilam suas formas fluídas, quem sabe se também pelo curvilíneo Calçadão de Copacabana, no mesmo "doce balanço" com que o fraseado passeia aqui pelas linhas musicais.

A verdade é que quando Antônio Carlos Jobim criava uma canção, ninguém no mundo poderia melhorá-la — a não ser, por suposto, ele próprio… Entretanto, no caso de ‘Ela é Carioca’, um ‘baiano Bossa Nova’ conseguiu tornar a pintura musical mais impressiva ainda; decifrando ao próprio autor, aliás um verdadeiro carioca da gema, uma fluidez rítmica que nenhum arranjador (nem mesmo o incensado Nelson Riddle, naquele seu arranjo tenso) soube sequer pressentir na estrutura desse tema. E o melhor é que ele faz tudo parecer tão natural, harmonia de conjunto, que a gente se pergunta: como ninguém tentou isso antes dele?

Se o Rio de Janeiro é mesmo uma “cidade dissipante” — onde se vai a uma parte e (seduzido pelo canto da metrópole-sereia) termina-se necessariamente em outra — como a definiu o próprio Jobim; João tratou de vencer o velho dilema de Ulisses e, apesar de ter ouvido o chamado irresistível desta que é o “purgatório da beleza e do caos”, não se perdeu nela.

P.S.: Quando eu quero explicar como a interpretação de uma canção pode ser pictórica, fotográfica — até mesmo geográfica — , sim, eu cito esta aqui!



All comments from YouTube:

Christophe Rousseau

A perfeição na simplicidade da interpretação zen !

Nelson Neto

Que encontre a paz, no descanso merecido...

Éva Sziráki

First time I felt love when I was 14, listening to this song on my discman hahaha, it was on a boss nova CD I bought at the Barcelona train station. It was also the first time I have been to the seaside. Magical.

Brendo Luz

Eu queria ter nascido no Rio de Janeiro . O RIO TEM MUITOS ENCANTOS .

Fermin Guerra Tello

esta version y la de Lucio Alves (1963) son las mejores sin dudas

Larissa Pereira Gouveia

Com toda a indisfarçável pretensão que assumimos quando cravamos algo como definitivo… Continua certamente impossível selecionar a melhor interpretação de João Gilberto; me refiro àquela mais rica em detalhes que só ele nos revelaria. Mas, apesar disso, eu ouso cravar que a mais tridimensional delas com certeza é essa pra ‘Ela é Carioca’ — e se falo em tridimensional, é no sentido de que algo ‘3D’ praticamente se materializa na nossa frente por conta da plena experiência sensorial.

Há aqui no seu ritmo, sedutoramente compassado, a geometria do relevo montanhoso do Rio — onde as linhas curvas, insinuando-se no horizonte, desaceleram a urgência causada pelas retas verticais dos prédios. A precisão rigorosa de seu canto dá sustança a esses versos que, na voz de outro qualquer, soariam afobados sobrepondo as imagens apaixonadas (sua interpretação é como o bondinho percorrendo aquelas exatas linhas do teleférico sem se deixar esmagar pelas formas exuberantes do 'Pão de Açúcar’).

Aquela textura aveludada, que tem o relevo montanhoso, vem se confundir com a própria maciez da voz melíflua voando 'com jeitinho', evitando aterrissar sobre o terreno irregular dos vibratos. Quando João vocaliza a introdução, tamborilando devagarinho as sílabas, tem o mesmo ar de convite que tem o mar morno das praias cariocas. E seu quase bocejar, de tal modo espicha a mansidão da voz no final da frase “noites do rio ao luaaar”, já traz consigo aquela mesma moleza das noites quentes na ‘Cidade Maravilhosa’.

Por fim: umas tais ‘Garotas de Ipanema’ desfilam suas formas fluídas, quem sabe se também pelo curvilíneo Calçadão de Copacabana, no mesmo "doce balanço" com que o fraseado passeia aqui pelas linhas musicais.

A verdade é que quando Antônio Carlos Jobim criava uma canção, ninguém no mundo poderia melhorá-la — a não ser, por suposto, ele próprio… Entretanto, no caso de ‘Ela é Carioca’, um ‘baiano Bossa Nova’ conseguiu tornar a pintura musical mais impressiva ainda; decifrando ao próprio autor, aliás um verdadeiro carioca da gema, uma fluidez rítmica que nenhum arranjador (nem mesmo o incensado Nelson Riddle, naquele seu arranjo tenso) soube sequer pressentir na estrutura desse tema. E o melhor é que ele faz tudo parecer tão natural, harmonia de conjunto, que a gente se pergunta: como ninguém tentou isso antes dele?

Se o Rio de Janeiro é mesmo uma “cidade dissipante” — onde se vai a uma parte e (seduzido pelo canto da metrópole-sereia) termina-se necessariamente em outra — como a definiu o próprio Jobim; João tratou de vencer o velho dilema de Ulisses e, apesar de ter ouvido o chamado irresistível desta que é o “purgatório da beleza e do caos”, não se perdeu nela.

P.S.: Quando eu quero explicar como a interpretação de uma canção pode ser pictórica, fotográfica — até mesmo geográfica — , sim, eu cito esta aqui!

Count Vespasian

Sublime!!

Jean-Pierre Millepied

DIVIN ! DIVINE ! DIVINO !

Franco Sarnicola

Viva Joao Gilberto

Deny Guimarães

Foi o mestre

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