Aperta O Gatilho Por Favor
Facção Central Lyrics
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Sou imune a qualquer clínica de desintoxicação
Cansei de ser instrumento da voz do diabo
Que nos dias das mães da sofrimento embrulhado
Se pá na autópsia a ciência ache um antídoto
Um anticorpo contra o vício no meu metabolismo
Pelo o menos enterrando no mato meus ossos
Em outro seculo viro estudo de arqueólogo
Pra lavar porcelana chinesa no Jardim Europa
Hoje quando meus irmãos tiram dez na prova
Eu faço jus a patente dos hooligans por drogas
Vão dar ordem na linha de montagem de fábrica
Gato persa, filha aos quinze dançando valsa
Vão ter cabelo branco, tapete de urso panda
Eu vou comer lixo e eles trufa italiana
Olham pra mim como se eu fosse extraterrestre
Esquelético feridas na pele tipo mostro de filme trash
Deveria ser tombado o patrimônio do bairro
Sirvo pra mãe mostrar pro filho o fim do caminho errado
Na crise de abstinência nem camisa de força
Corta os pulsos com gilete quebra a casa toda
Deus, se não quiser um enforcado no lustre
Manda o gambé escrever civil na minha testa com a Uzi
[Refrão x4]
Deus, aperta o gatilho termina logo com isso
A morte é a unica clínica pro meu vício
É muito fácil me julgar com o rabo cheio de shiva
Sem o fantasma da droga em nenhum membro da família
Quem você quer morto na cela do presídio
É doente, diagnóstico: dependente químico
Doença que não discrimina cor nem classe
Contamina no barraco também no iate
Queria tá com a minha mina no cinema
Não ser a voz que aterroriza no telefonema
Tar empregado dando entrada no Vectra CD
Mandando o boy se fuder com seu Cartier
A sensação mais forte é quando o efeito passa
Quando se lembra da faca enfiada em dona de casa
Sente o cheiro de quem, a cinco dias não toma banho
Se ver despenteado vestindo qualquer mulambo
Nessa hora olho no espelho e não tem ninguém ali
Só vejo um defunto olhando pra mim
A vontade de usar vence a vontade de viver
Não existe mais moral atitude, procedê
Qualquer quintal que tiver um tênis já vale
Cego, louco enfrento atá Rottweiler
Não queria acabar amarrado com varal
Com os traficantes me afogando numa bássia por um real
Despencando meu cadáver na parede em cimentado
Minha mãe eternamente com o cartaz me procurando
[Refrão x4]
Deus, aperta o gatilho termina logo com isso
A morte é a unica clínica pro meu vício
A campanha da TV me mostra como burro
Que na escola vai repetir, ser mau aluno
Em nenhum comercial, cuzão publicitário
Me expõe como vítima do tráfico
Aqui só é humilhado o pobre que usa droga
Nunca o boy dono da plantação de coca
A lente não faz foco em condutor de Maranello
Com personal trainer endereço em Campo Belo
Filma aí o gambé trazendo crack pra eu vender
Recendo divida com moto e DVD
Governo omisso mete areia com campanha falsa
Que resulta em carne envenenada no seu cão de guarda
E vou ser asfixiado com gás que sai do forno
Pra eu trocar por 5g seu vinho do porto
Se viciado é criminoso, tá tudo perdido
Tratamento clinico não é choque no distrito
Com o meu pinto eletrocutado, eu não vou ser recuperado
Vou entrar 16 e sair 121 graduado
O moleque com a cola do lado do chafariz
Só incomoda quando tá com a PT no seu nariz
Sem forção acadêmica entendo a metamorfose
A criança hoje com éter, amanhã o ladrão com a nove
Deus, mata o filho do politico de overdose
Pra nunca mais um orar pro Senhor pedindo a morte
[Refrão x4]
Deus, aperta o gatilho termina logo com isso
A morte é a unica clínica pro meu vício
The lyrics of "Aperta O Gatilho Por Favor" by Facção Central depict the struggles and desperation of a drug addict. The song addresses themes such as addiction, social inequality, and the failure of the government to address these issues.
In the first paragraph, the lyrics express the addict's plea to God, asking for release from their suffering. They feel immune to any detoxification clinic and are tired of being a vessel for the voice of the devil. Their pain is wrapped up in the celebration of Mother's Day, exposing the contrast between societal expectations and their reality. The addict hopes that an autopsy may find an antidote or some sort of cure for their addiction, even if it means their bones are buried in the wilderness and become a subject of study for future archaeologists.
The following paragraphs delve into the addict's personal experiences and reflections on their life. They express resentment towards those who left them in daycare for long hours to tend to porcelain in wealthier neighborhoods. The addict feels a sense of alienation from society and describes the stark contrast between their lifestyle and that of their siblings who succeed academically. They predict that those who judge them now will also experience difficulties in the future, while they themselves struggle to survive.
The lyrics continue by highlighting the addiction's indiscriminate impact, affecting people of all backgrounds, whether they live in slums or luxury yachts. The addict longs for a normal life, wishing to be at the movies with their partner instead of instilling fear through threatening phone calls. They express the strong craving for drugs and the temporary relief they feel when under their influence, even if it means remembering the pain they have caused, such as the stabbing of a housewife. The addict's appearance deteriorates, and they no longer recognize themselves in the mirror, feeling more like a dead person staring back.
The lyrics also question the media's portrayal of drug addicts, criticizing their focus on poor users while ignoring the wealthier individuals involved in drug production. The addict highlights the hypocrisy and false campaigns by a neglectful government. They describe the poisoning of watchdog dogs as a consequence and express a desire to be killed instead, as treatment clinics and incarceration have proven to be ineffective for them. The addict challenges societal norms and expectations, knowing that children can easily transition from innocent ether-sniffers to criminal thieves.
The song culminates with a provocative plea to God, wishing for the overdose death of a politician's child, suggesting that only then will people no longer pray for death as a solution. The repeated refrain emphasizes the addict's desperation, asking for God to end their suffering and highlighting the belief that death is the only clinic that can cure their addiction.
Overall, "Aperta O Gatilho Por Favor" offers a raw and insightful commentary on the complexities of addiction, social inequality, and the failures of society and government. It raises important questions about how society perceives and addresses addiction and calls for a more holistic and compassionate approach in dealing with these issues.
Lyrics © O/B/O APRA AMCOS
Written by: DumDum
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